O retorno sobre ativos (ROA) é um indicador de quão lucrativa é uma empresa em relação ao total de ativos. O ROA dá a um gerente, investidor ou analista uma idéia da eficiência da administração de uma empresa no uso de seus ativos para gerar ganhos. O retorno dos ativos é exibido como uma porcentagem.
Noções básicas de Retorno Sobre Ativos – ROA
Comparar lucros com receita é uma métrica operacional útil, mas compará-los com os recursos que uma empresa usou para obtê-los corta a própria viabilidade da existência dessa empresa. O retorno sobre os ativos (ROA) é a mais simples dessas medidas corporativas.
O ROA é calculado dividindo o lucro líquido de uma empresa pelo total de ativos. Como fórmula, seria expresso como:
ROA = Lucro Líquido / Ativos Totais
Quanto mais alto for o ROA, mais alta é a eficiência de ativos.
Por exemplo: Joaquim e Francisco começam a vender cachorro quente em barraquinhas nas ruas. Joaquim gasta R$ 1.500,00 em um carrinho de metal, enquanto Francisco gasta R$ 15.000,00 em uma unidade com tema de Scooby Doo. Vamos supor que esses eram os únicos ativos implantados. Se, durante algum período de tempo, Joaquim tivesse ganho R$ 150,00 e Francisco tivesse ganho R$ 1.200,00, Francisco teria os negócios mais valiosos, mas Joaquim teria os mais eficientes. Usando a fórmula acima, vemos que o ROA simplificado de Joaquim é de:
R$150,00 / R$ 1.500,00 = 10%.
Enquanto o ROA simplificado de Francisco é de:
R$ 1.200,00 / R$ 15.000,00 = 8%.
A importância do Retorno Sobre Ativos – ROA
O retorno sobre ativos (ROA), em termos básicos, informa quais ganhos foram gerados com o capital investido (ativos). O ROA para empresas públicas pode variar substancialmente e dependerá muito do setor. É por isso que, ao usar o ROA como uma medida comparativa, é melhor compará-lo com os números anteriores do ROA de uma empresa ou com o ROA de uma empresa semelhante.
O valor do ROA dá aos investidores uma ideia de quão eficaz é a empresa na conversão do dinheiro que investe em receita líquida. Quanto maior o número do ROA, melhor, porque a empresa está ganhando mais dinheiro com menos investimentos.
Lembre-se de que o total de ativos também é a soma do total de seus passivos e patrimônio líquido. Ambos os tipos de financiamento são usados para financiar as operações da empresa. Como os ativos de uma empresa são financiados por dívida ou patrimônio, alguns analistas e investidores desconsideram o custo de aquisição do ativo, adicionando a despesa de juros na fórmula do ROA.
Em outras palavras, o impacto de tomar mais dívidas é negado, adicionando novamente o custo do empréstimo ao lucro líquido e usando os ativos médios em um determinado período como denominador. A despesa de juros é adicionada porque o valor da receita líquida na demonstração do resultado exclui a despesa de juros.
Exemplo de como usar o Retorno Sobre Ativos – ROA
O ROA é mais útil para comparar empresas do mesmo setor, pois setores diferentes usam ativos de maneira diferente. Por exemplo: o ROA para empresas orientadas a serviços, como bancos, será significativamente maior que o ROA para empresas intensivas em capital, como empresas de construção ou serviços públicos.
Vamos avaliar o ROA (fictício) de três empresas do setor de varejo:
- Renner
- C&A
- Riachuelo
Os dados da tabela são referentes aos doze meses seguintes a 13 de fevereiro de 2019.
Companhia | Resultado líquido | Total de ativos | ROA |
Renner | R$ 1,7 bilhão | R$ 20,4 bilhões | 8,3% |
C&A | R$ 996 milhões | R$ 14,1 bilhões | 7,1% |
Riachuelo | R$ 243 milhões | R$ 3,9 bilhões | 6,2% |
Devido à crescente popularidade do comércio eletrônico, as empresas de varejo de vestuário atingiram o nível de lucros que geram usando seus ativos disponíveis. Ainda assim, cada real investido pela Renner em ativos gera 8,3 centavos de lucro líquido. A Renner é melhor em converter seus investimentos em lucros, em comparação com os da C&A e Riachuelo. Um dos trabalhos mais importantes da administração é fazer escolhas sábias na alocação de seus recursos, e parece que a administração da Renner é mais competente do que seus dois pares.
Retorno Sobre Ativos – ROA x Retorno Sobre Patrimônio Líquido – ROE
Tanto o ROA quanto o ROE são medidas de como uma empresa utiliza seus recursos. Essencialmente, o ROE mede apenas o retorno sobre o patrimônio de uma empresa, deixando de fora os passivos. Assim, o ROA é responsável pela dívida de uma empresa e o ROE não. Quanto mais alavancagem e dívida uma empresa assume, maior o ROE será em relação ao ROA.
Limitações do Retorno Sobre Ativos – ROA
O maior problema com o retorno sobre ativos (ROA) é que ele não pode ser usado em todos os setores. Isso ocorre porque as empresas de um setor – como o setor de tecnologia – e outro como as perfuradoras de petróleo terão diferentes bases de ativos.
Alguns analistas também acham que a fórmula básica do ROA é limitada em suas aplicações, sendo mais adequada para os bancos. Os balanços dos bancos representam melhor o valor real de seus ativos e passivos, porque são contabilizados pelo valor de mercado (via contabilização de marcação a mercado) ou pelo menos uma estimativa do valor de mercado versus o custo histórico. A despesa de juros e a receita de juros já são fatoradas.
Para empresas não financeiras, o capital de dívida e o patrimônio líquido são estritamente segregados, assim como o retorno de cada um: despesa de juros é o retorno para os provedores de dívida; o lucro líquido é o retorno para os investidores em ações. Portanto, a fórmula comum do ROA mistura tudo ao comparar o retorno dos investidores em ações (receita líquida) com os ativos financiados por investidores de dívida e de ações (ativos totais). Duas variações dessa fórmula de ROA corrigem a inconsistência do denominador-numerador, colocando a despesa de juros (líquida de impostos) de volta no numerador. Portanto, as fórmulas seriam:
Variação do ROA 1: Lucro líquido + [Despesa de juros * (taxa de 1 imposto)] / Total de ativos
Variação do ROA 2: Receita operacional * (taxa de 1 imposto) / Ativo total